quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Descobrindo minha doença - Parte 6

Julho, 2010
Férias. Meus pais estavam todos os dias comigo. Eles controlavam minhas refeições cautelosamente. Ás vezes, por mais que eu tentasse me impedir, eu vomitava. Por querer ou espontaneamente. Eu caía várias vezes, tropeçava fácil, tudo por causa da fraqueza. Muitas vezes o pensamento que a morte estava perto me invadia.
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- Mãe, vamos ao shopping? Tô afim de me distrair um pouco.
- Vamos sim. - ela sorriu e continuou arrumando a pilha de roupas sobre a cama.
A imagem se embaçou e escureceu diante de meus olhos. Eu senti uma forte tontura e me sentei com a mão na cabeça.
- Que foi, Julie? - senti nervosismo na voz dela.
- Eu tô tonta. - não vi nem ouvi mais nada.
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- Senhora, inclua essas vitaminas nas refeições da Julie. - ouvi ao fundo.
- Claro, pode deixar.
Abri meus olhos e me deparei com uma sala branca. Eu estava deitada e sentia um pouco de dor de cabeça.
- Mãe? - disse fracamente.
- Filha, você está bem? - ela e o médico vieram até mim rapidamente.
- Sinto um pouco de dor. O que aconteceu?
- Sua pressão baixou demais e você desmaiou.
Foi aí que me dei conta que estava com agulhas em meu braço. Depois de dois dias no hospital, voltei pra casa.
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Minha mãe trabalhava apenas um turno e deixava o resto do dia para cuidar de mim. Durante esse turno, meu pai estava em casa. Eles nunca me deixavam sozinha, apenas para dormir.
Minha mãe cuidava da minha alimentação como minha vida, e eu já não vomitava mais. Com o apoio familiar, eu me sentia muito mais amada e eu havia encontrado minha confiança.
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Agosto, 2010
A volta ás aulas. No primeiro dia de aula, tirei uma dúvida com o professor. Aquilo foi um ótimo progresso para mim. Estava feliz por ter conseguido.
Cheguei em casa sorrindo e contei a minha mãe o que havia feito. Ela ficou superorgulhosa.
- Filha, meus parabéns! Você é uma menina forte.
- Obrigada.
- Trouxe uma coisa. - fiquei curiosa. - Uma balança. Controlaremos seu peso sempre. E sem deixar as consultas de lado.
- Claro, mãe. - sorri. - Vamos estrear?
- Sim, suba.
- 42 quilos! AI, MEU DEUS, MÃE! - gritei de alegria e a abracei.
- Filha, você conseguiu 3 quilos, meus parabéns!
Eu nunca esqueci daquele dia. Ele representou o não só o início de uma nova vida, mas também que eu tinha o poder de me curar. Basta encontrar a confiança.

CONTINUA.

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