domingo, 26 de setembro de 2010

Encontro na chuva

Estava chovendo. Eu andava ansiosamente pela rua. Asfalto molhado, passos rápidos. Os pingos grossos chegavam a fazer barulho em meu guarda chuva. E meu salto ecoava por toda a rua, como se fosse batidas na porta.
Nos últimos tempos, o qual eu não sabia mais contar, minha vida estava um inferno. Meu riso não era mais tão feliz quanto antes, minhas palavras não eram ditas mais com tanta vontade, tudo o que eu fazia não tinha mais sentido. Vida inútil. Meus dias se passavam sempre assim, como os chuvosos. Solitários. E mesmo que o sol se abrisse, não tinha mais o mesmo brilho.
Até que então, nesse dia, enquanto eu andava pela rua molhada, eu o encontrei. Eu nunca esperava encontrar algo tão singelo, tão puro.
- Você não precisa ficar mais assim, porque agora eu estou presente em você.
- Sim, mas estou confusa. Eu nem te conheço e você já me trouxe uma grande paz.
- Isso é só o começo. Ainda vou te trazer muito mais.
- Mais? Mais o que?
- Com o tempo você vai ver.
E com o tempo eu vi. Como aquilo tudo era maravilhoso. No dia seguinte eu acordei outra pessoa. Renovada. Não parecia eu mesma, não parecia a velha garota perdida na chuva.
O tempo foi passando e eu percebi que aquele havia sido o melhor encontro da minha vida. Todos os dias eu não precisava ver, não precisava de nada. Eu apenas sentia. De vez em quando eu ainda escutava a sua voz.
- E então, como você está?
- Quando você me aparece tudo fica mais bonito.
- Isso é o que eu tento proporcionar.
- Como você consegue fazer isso?
- Ah, você sabe. Eu não preciso dizer, eu sei que você sente.
- Sim, é verdade. Mas... eu só esqueci de perguntar uma coisa.
- Fale.
- Qual é o seu nome?
- Amor.

domingo, 19 de setembro de 2010

Dias nublados

Sei lá. Tem dias que eu acordo assim. E minhas manhãs deprimidas passam lentamente. Mas ainda consegue ficar pior quando essas manhãs se prolongam durante o dia e meus pensamentos me atormentam.
Só quero que esses dias passem logo e que um alívio raie sobre mim. Que o que é confuso, se torne certeza. E que o que for certeza, não volte a ser confuso.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Dizer é para os fracos.

Quase ninguém sabia. Só quem precisava saber sabia. Sem ser preciso dizer nenhuma palavra.
E mesmo sem palavras, tinham absoluta certeza.
Absoluta certeza de que existia amor.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Mães superprotetoras

- Não, mãe, eu não vou ficar andando sozinha.
[...]
- Vamos eu, Clara, Bárbara, Lê e Dri.
[...]
- Como assim? Nenhum adulto? Mãe, eu já tenho 18!
[...]
- Vai ser ali, naquele portão azul, perto do shopping.
[...]
- Aniversário do Carlos, mãããe. Já disse!
[...]
- Ah, sei lá, devo voltar umas 3 da manhã.
[...]
- VOLTAR ÁS DEZ? Mas mãs, a festa vai estar começando a essa hora!!!
[...]
- Tá bom, tá bom, ás duas e não se fala mais nisso.
[...]
- Tááá, mãe, não vou deixar nenhum copo meu de bobeira e não vou beber o que me derem.
[...]
- Táá, também não vou sair de lá de dentro.
[...]
- Já sei, mãe, tá booom.
[...]
- Também te amo, beijo.
*fim da ligação*

- BORA ZOAR, GALERA! HAHAHA