sábado, 13 de fevereiro de 2010

Descobrindo minha doença. - Final

Outubro, 2010
Cheguei ao show com Sophia. Estava bem cheio e agitado. Encontramos parte da galera lá, eu me enturmava aos poucos. Alguns ainda me olhavam torto, mas eu já havia acostumado e eles acostumariam comigo também, eu acho.
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- Oi, meu nome é Jack. E o seu? - o sorriso dele era perfeito.
- Julie. - sorri timidamente.
- Quer dançar comigo?
- Sim. - virei-me para avisar á minha amiga. - Sophia, vou ali um instante, ok?
- Ok. - ela continuou dançando com a galera.
Jack era da minha escola, mas não da minha sala. Eu nunca tinha reparado nele e acho que nem ele em mim. Nos misturamos no meio da multidão e começamos a dançar. Eu me sentia o mais livre possível. Há muito tempo eu não me sentia assim, muito mesmo.
Ele me puxou pela cintura colando nossos corpos, estávamos ofegantes. Olhou no fundo dos meus olhos, o espelho de minha alma e tocou seus lábios macios nos meus. Eu nunca esqueceria esse dia.

Novembro, 2010
Estávamos todos em minha casa na mesa de jantar. Eu estava feliz, minha família e a do Jack unidas ali. Ele se levantou e olhou para mim:
- Eu gostaria de pedir formalmente agora, já que todos estão aqui. Julie, nesse último mês, você entrou em minha vida rapidamente e já não imagino você fora dela. Eu te amo, você aceita namorar comigo?
- Siiim! - o abracei.
Aquilo pra mim era surreal. Eu venci minha doença, venci. E além disso, arranjei amigos e agora, um namorado. Minha vida era perfeita agora e eu estava mais feliz do que nunca.

Abril, 2011
- E, por fim, eu gostaria de dizer a todas as meninas que nunca percam a confiança em si mesmas. O melhor apoio é o dos pais e dos amigos, sem isso, não somos ninguém. Acreditem em vocês mesmas, sempre.
Eu havia acabado de dar a minha nona palestra para um grupo de garotas. Isso era o mínimo que eu podia fazer, passar pra elas tudo o que eu passei e mostrar o melhor caminho. A cura de uma doença, como a anorexia ou bulimia, é algo muito difícil que exige esforço e confiança do doente e apoio de todos á sua volta. Eu acreditei, eu me curei.

FIM

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