domingo, 26 de dezembro de 2010

Felicidade

- Mamãe, o que é ser feliz pra você?
- Ah, meu querido, pra mim ser feliz é ver você e seu pai felizes. Ver vocês saudáveis, alegres e estando tudo bem.
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Noutro lugar...
- Amor, o que te faz feliz?
- Você sabe.
- Não, não sei. O que é?
- Você.
Relacionamento recente que acabou mais recentemente ainda. Mentiras saíam da boca do rapaz, muitas delas, a todo momento. Mentiras que o faziam feliz. Na verdade, além das mentiras, o que o fazia feliz era o dinheiro. O prazer de conseguir dinheiro e gastar o quanto puder. Mas isso ele não conseguia admitir para ninguém.
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- Senhora, estamos fazendo uma pesquisa. Gostaríamos de saber o que te traz felicidade.
- Ah, comer.
- Comer? Como assim?
- Sim, sentir sabores diferenciados, novos, preferidos, em geral, todos! Ir a restaurantes, pizzarias, festas, todos os lugares onde eu possa comer algo. - sorriu.
- Muito obrigada pela participação, senhora.
- De nada. - sorriu novamente. Apenas pelo fato de estar afobada para sair dali e ir para casa experimentar seus novos salgadinhos que havia acabado de comprar.
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- Aí, cara, existe maior felicidade do que essa?
- Jamais! - respondeu com os olhos vermelhos e sob o efeito da droga que experimentavam.
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- Sabe o que me faz feliz?
- O quê? - amigas conversavam.
- Ele.
A outra amiga ficou confusa:
- Como assim ele?
- Tudo que se resume a ele. O sorriso dele. O olhar, o cheiro, o jeito, a voz, o que ele gosta, tudinho!
- Mas vocês nem se conhecem, amiga. Por que você não diz que gosta dele?
- Eu sei, - disse triste - mas eu sou covarde. Não tenho coragem. Acho que ele debocharia de mim.
- Por que acha que ele faria isso?
- Pelo simples fato de ele ser ele.
- Ele não tem um título tão grande assim, vai. Só porque ele é o garoto mais bonito da escola não significa que ele te esnobaria.
- Não? hahaha... Você que pensa... Quantas garotas bobas apaixonadas como eu ele já esnobou? Perdemos as contas!
- E daí? Você não é igual a nenhuma delas! Ele pode gostar de você. Quem sabe ele já até gosta e você nem sabe...
- Impossível!
- Sabe o que eu acho? Acho que você deve ir atrás da sua felicidade.
A outra sorriu esperançosa. Ela teve tanta confiança em si, que eles namoraram por mais de um ano.
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- Papai, o que te faz feliz?
- Você é minha completa felicidade, minha princesinha.
- E a mamãe?
- A mamãe descansa no céu. Ela também já foi minha completa felicidade, antes de você nascer.
- Vocês dois são minha felicidade, papai.
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Hey, e você? É, você que está lendo! Qual é a sua felicidade? Ela está presente no momento? Se não, o que falta pra chegar até ela? Corra atrás dela! Seja feliz. =)

Ela só queria isso

Ela não queria ser famosa, ela não queria ter um namorado perfeito ou ter roupas de marca. Ela não queria ter amigas lindas e estilosas, ela não queria ter uma casa enorme e decorada ou ter o carro do ano. Ela não queria ter a profissão dos sonhos, ela não queria ser rica ou ser a mais bonita de todas as garotas.

Na verdade, ela só queria ser feliz.
Tendo tudo no nada.

A escolha foi feita

Não queria ter visto. Não podia ter visto. Não fiz bem em ter visto. Mas quer saber? Eu precisava ter visto. É uma necessidade minha. Se eu não estivesse ido lá para ver, não ia conseguir parar de pensar no que poderia haver lá...
Eles me viram. Não ligaram, foram embora. A escolha foi feita.
A dor foi tanta, que palavras não puderam expressar. Nenhuma saiu de mim. Fui embora como uma panela de pressão, prestes a explodir. Pela dor.
A escolha foi feita.

Fui embora na escuridão apenas na presença dela.
A dor.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Descuido


- Hey, por favor, não me deixe aqui sozinho.

- Calma, prometo não demorar, só vou em casa tomar um banho, trocar de roupa, volto logo.

- Não, por favor.

- Prometo voltar em, no máximo, duas horas.

E o prometido foi cumprido. Ela voltou em menos de duas horas, mas não havia mais vida naquele ser que habitava aquela cama de hospital há um longo tempo, lutando contra o câncer.

Ela se descuidou por tão pouco tempo... Mas nunca mais poderia voltar no tempo pra lhe dar mais um beijo, dizer tchau ou talvez dizer o quanto o amava.

Não sei, talvez


Não sei. Naquela tarde de sempre, tarde vazia, onde eu já via sorrisos como lágrimas e músicas como trovões, eu já não sabia o que fazer. O que fazer naquele vazio, naquele pesadelo neutro que traz tormenta e sentimentos ruins vazios.
Não sei. Talvez eu não tenha nada mais. Talvez não há nenhum motivo suficiente para eu ver o mundo de outro ângulo. Talvez falte estímulo. Talvez eu precise de algo mais.
Não sei. Talvez algo que traga brilho para minha vida. Algo que me faça sentir novamente o vento em meu rosto. Algo que mexa meu mundo, que me faça sentir felicidade pura.
Não sei. Essas possibilidades vagas e esses sentimentos vazios por não terem estímulo talvez estejam me movendo lentamente para um lado. Não para pior, talvez a luz do dia ainda esteja me iluminando, e ajudando a me mover para um lado melhor.
Não sei, acho que é hora de mudar. Acho que é hora de eu realizar velhos sonhos guardados e empoeirados. Talvez eu deva levantar minha cabeça, respirar fundo e fazer um mundo novo para mim. Talvez eu deva criar.
Agora eu sei.